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Volume 01

In the world of Draenak

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Ongoing 3506 Words

Volume 01

2002 0 0

Ano 1701 da 3ª Era

Era comum, durante o recesso de verão, cidades com grandes atrações recreativas aumentarem sua população. De fato, haviam algumas cujo principal período de negócios era no meio do ano. Dentre essas, Ilibar era uma das cidades de destaque entre os alunos dos conventos arcanos mais próximos da região.

Zarik não era diferente da maioria dos jovens de sua idade. As roupas justas e de tecido fino, cobrindo boa parte do corpo. Era ideal para diminuir o atrito do ar enquanto o jovem meio elfo sentia o vento forte em seu rosto conforme o leve monoflutuador descia de ponta em alta velocidade.

Poucos segundos depois de ver a superfície da praia abaixo, Zarik puxou uma alavanca do veículo voador, fazendo duas velas laterais se abrirem abaixo dos suportes para os pés, juntamente de mais duas velas menores na lateral da ponta de trás.

O tecido, repleto de siglos e inscrições com cristais arcanos, foi preenchido de energia da luz solar do meio da tarde. Puxando as alavancas de controle, o jovem sentiu o solavanco de quando o monoflutuador começou a subir e a dar voltas cada vez maiores, passando muito perto do mar até pousar com precisão, embora não tanta elegância, na praia congelada de Twerden, o continente logo abaixo do continente voador de Jaion.

— Esse seu truque quase custou bem caro, heim… — Um anão engenheiro comentou enquanto olhava para o veículo.

Zarik desceu do monoflutuador, tirando os óculos de proteção presos à cabeça por um elástico e entregando ao anão dando de ombros e sorrindo.

— Só me custaria a vida se eu tivesse errado a manobra, Vander.

— Eu me referia ao custo do veículo… — O anão riu enquanto terminava de prender a corda guia no monoflutuador.

— É assim que você trata seus clientes? — Zarik cruzou os braços, erguendo uma de suas sobrancelhas.

— Deixe disso, garoto. Você não é bem um cliente, não é?

Revirando os olhos, o rapaz deu de ombros e continuou caminhando ao lado do anão enquanto o monoflutuador era rebocado.

— Tô pagando igual os outros. Isso não me faz seu cliente?

— Faria, se esse dinheiro não fosse parte do que te pago pelos seus serviços. — O anão deu um sorriso ácido, ainda que amigável. — Agora, leve essa belezinha lá pra cima e posso pensar sobre te tratar como cliente.

Zarik até pensou em protestar quanto ao fato da proposta não ter o menor sentido, mas parou e apenas suspirou. Sabia que haviam discussões que simplesmente não podia vencer contra Vander.

Resignado, o garoto retirou o reboque e montou no monoflutuador. Gastava bem menos energia subir controlando um desses do que usar alguma plataforma de elevação, ou os pontos de ascenção. O anão, porém, tinha receio de algum cliente tentar roubar um de seus veículos de lazer. Ou causar algum acidente por não saber como pilotar adequadamente.

Acostumado, Zarik conduziu o monoflutuador por uma série de correntes aéreas, que o auxiliavam a ganhar altitude. Para evitar ressecar ou machucar os olhos, ele usava um par de óculos presos por um elástico na cabeça.

O jovem meio elfo já ia em grande altitude, quando viu de relance o que parecia um meteorito caindo em chamas. Um grande clarão aconteceu quando o objeto partiu ao meio, um pedaço indo contra a lateral do continente voador de Jaion, e a outra parte caindo no chão congelado de Twerden.

Da altura em que estava, Zarik julgava improvável que alguém tivesse visto o impacto. Talvez julgassem como apenas um evento visual e bonito, sem qualquer consequência prática. Além disso, o continente congelado era chamado de Reino do Norte mais por formalidade do que outra coisa, uma vez que haviam pouquíssimas cidades-estado em toda extensão dele.

O rapaz sabia que provavelmente Vander o puniria por aquilo de alguma maneira. Porém algo devia ser feito e dificilmente outra pessoa teria as mesmas condições de investigar tão prontamente o que aconteceu.

Com uma série de movimentos e mudanças nas alavancas do monoflutuador, Zarik apontou a frente do veículo para o local indicado e mergulhou para ganhar velocidade.

Minutos depois, viajando em alta velocidade e consideravelmente distante do chão, ele desativou o sistema arcano que propelia o monoflutuador, usando as velas apenas como recurso de planagem para o veículo. Ele sabia que a capacidade energética do cristal tanque não era tão grande e mais no interior de Twerden a sombra de Jaion fazia com que cada vez menos luz solar alcançasse as runas solares.

Perto da região do impacto, Zarik sentiu os pelos de seus braços eriçarem. Um arrepio percorreu sua coluna quando vislumbrou as faíscas azul escuro saindo do solo flagelado. A cratera, profunda, tinha veios da mesma cor e muito vapor subindo.

O meio elfo passou direto, dando a volta enquanto já diminuía a altitude, aterrissando atrás de um monte de terra, formado pela borda da cratera. Ao desembarcar, sentiu pela primeira vez o frio do interior do Reino do Norte. Olhando para cima, ele conseguia ver as espessas nuvens que formavam abaixo de Jaion. Em alguns momentos, entre elas, conseguia perceber os pedaços do continente flutuante.

— Tsc, precisava cair tão pra dentro desse fim de mundo? — Resmungou enquanto voltava para o monoflutuador, procurando por alguma corda de reboque.

Zarik deu um tapa na lateral do veículo quando não encontrou nenhum equipamento que considerasse útil para a situação, sentindo o corpo começar a tremer pelo frio.

Após pensar por alguns segundos, ele controlou a respiração, fechando a mão esquerda à frente do tórax e colocando a mão direita em volta do pulso esquerdo. Concentrando sua energia no anel que usava no dedo médio direito, Zarik soltou o pulso e moveu os dedos esticados por cima da mão esquerda, até envolvê-la com seus dedos da outra mão, mantendo a concentração em suas próprias energias.

Paralelamente ao movimento, uma fina camada verde turquesa envolveu o corpo de Zarik. Ele soltou o ar, relaxando um pouco enquanto sentia o corpo esquentar e voltar a ficar confortável.

Sem querer perder mais tempo, o rapaz foi até o monoflutuador e retirou uma tampa de madeira que ficava na parte inferior do veículo. Dentro estavam três grandes cristais púrpuras, dos quais ele retirou dois e colocou na bolsa que levava presa à cintura.

“Ok, agora é hora da verdade…”, Zarik pensou enquanto olhava pela borda da cratera, sem conseguir discernir ainda o que estava no centro dela, devido ao forte brilho azul escuro que vinha dali. Alguns pontos tinham a mesma coloração, como se fossem cortes no solo. A neve perto desses veios derretia, com a água evaporando instantes depois.

O garoto agachou e pegou um outro cristal de dentro da bolsa que levava presa à sua cintura. O cristal azulado brilhava entre os dedos de Zarik enquanto ele escrevia um conjunto de runas interligadas em suas botas. A superfície de ferro não ofereceu resistência ao risco místico causado pelo cristal.

Com outra olhada para o fundo da cratera, ele guardou o cristal na bolsa e a fechou. Respirou fundo antes de saltar para frente, sentindo o ar frio em seu rosto conforme aproximava-se do chão à grande velocidade, de uma altitude que deveria pelo menos causar algum machucado em sua perna.

No momento do impacto, a bota de ferro com tiras de couro tremeu e o sigilo brilhou um pouco mais forte por um breve instante. Zarik sentiu o impacto de maneira reduzida na perna esquerda, usando-a para se impulsionar novamente para frente.

Mais alguns metros e ele fez o mesmo com a outra perna, dando um último impulso na direção do final da cratera. O impacto novamente foi redirecionado pelo siglo da bota, sem machucar Zarik no processo.

No final, o meio elfo distribuiu o impacto em ambos os pés. Ao atingir o chão, ele flexionou as pernas enquanto girou levemente os calcanhares. Uma grande quantidade de neve subiu com a onda de impacto que espalhou ao redor dele.

Logo que a poeira baixou, Zarik olhou para o lado e viu, a poucos passos de onde pousou, a origem da cratera. Por alguns segundos, ele ficou parado sem acreditar no que via. Caído no meio da cratera estava o que parecia um homem, muito machucado.

Chegando mais perto, Zarik percebeu que o homem caído ainda estava vivo. Pôde notar, apesar da penumbra, que a pele daquele caído tinha um conjunto de escamas como revestimento. Saindo das têmporas, havia um par de chifres apontados para trás sendo que um deles estava quebrado na metade.

Parecendo sentir a presença do meio elfo, o homem caído olhou para ele. Conseguindo abrir apenas um dos olhos, pareceu avaliar o garoto por alguns segundos, considerando várias coisas no curto espaço de tempo.

— N-nom… nome…?

A voz do misterioso homem saiu arrastada e pesada. Mesmo assim, Zarik sentiu o ar reverberar como se reagindo ao simples ato de falar daquele ser à sua frente. Por um momento ele sentiu como se as palavras estivessem vibrando em seus ossos.

— Zarik Teran… — Disse, inseguro, observando atentamente as ações daquele à sua frente.

O homem simplesmente deu um pequeno meio sorriso, assentindo em seguida. Respirou fundo enquanto olhava ao redor antes de tentar, sem sucesso, se levantar. Suas pernas estavam com os ossos quebrados em vários pontos e a dor foi o suficiente para ele grunhir antes de desabar novamente com o corpo fraco.

— Sinto muito, mas não sou muito bom com cura… — Zarik apressou-se a dizer, olhando para as pernas muito machucadas.

Antes que um dos dois pudesse fazer qualquer coisa, uma bola de fogo atingiu o espaço entre eles, causando uma pequena explosão. Embora não grande o suficiente para machucar nenhum deles, fez com que Zarik desse alguns passos para trás, quase tropeçando. Ambos olharam para a origem do ataque, vindo do outro lado da cratera.

Zarik notou os traços do recém chegado, que se aproximava escorregando pela parede da cratera. O homem no fundo da cratera, incapaz de levantar, estava entre o meio elfo e o atacante. Uma pessoa encapuzada com roupas próprias para proteger do frio, e tecido rente ao corpo para evitar atrapalhar os movimentos.

Em um movimento fluido, Zarik saltou por cima do caído e se colocou entre ele e o atacante. Suas mãos ficaram lado a lado com a palma voltada para frente. O anel prateado brilhou, junto das mãos dele, emanando uma fina camada de energia. Essa membrana energética expandiu rapidamente, de maneira circular, formando uma barreira à frente de Zarik.

Nesse meio tempo o atacante encapuzado, parando a poucos metros dos dois no fundo da cratera, também aproximou suas duas mãos. Algo semelhante a uma fumaça de energia verde foi aglomerada entre as mãos dele, formando uma esfera que parecia ter solidificado no meio.

Ao ser disparada, a esfera esmeraldina percorreu o espaço entre origem e alvo em pouco mais de um segundo. No impacto uma explosão energética aconteceu, estilhaçando o escudo formado por Zarik, que ainda foi arrastado alguns centímetros para trás.

— Quem é você? — Zarik perguntou, fazendo o melhor que podia para ficar ereto e mostrar qualquer tipo de autoridade.

Não que ele tivesse de fato alguma. Como aluno de um Convento Arcano, o meio elfo possuía apenas certa autoridade sobre a maioria dos civis de Jaion. Claro que havia apenas um semestre que não era mais só um associado da Guilda de Arcanistas. Havia acessado somente o básico do vasto conhecimento de um Convento, mas o atacante não precisava saber disso.

— Não espera realmente que eu diga meu nome, não é? — O encapuzado inclinou a cabeça para o lado, decidindo se ria do jovem rapaz.

Irritado, Zarik moveu rapidamente os dedos de ambas as mãos. Gestos rápidos e precisos, terminando com o indicador e médio de cada mão apontados para o homem misterioso. De cada mão saiu um projétil energético de alta velocidade.

O recém chegado saltou para frente e para o lado, escapando dos dois disparos de energia, que acertaram o chão fazendo neve subir. Parte derretida, parte já em vapor.

— É, parece que você sabe alguma coisa… — Ele disse caminhando lentamente na direção de Zarik, levando uma das mãos para trás e puxando do cinto um bastão curto, um pouco maior que seu antebraço.

— Parece que sim…

Zarik murmurou, dando um passo para trás e girando o corpo para mudar sua base de combate. Ao mesmo tempo, aproximou as mãos, gesticulando novamente antes de as juntar.

O anel do meio elfo brilhou brevemente. Sua energia envolveu suas mãos até um pouco depois do pulso, com um aspecto rígido, parecendo um par de luvas um pouco grossas. Sem esperar mais que o necessário, Zarik esticou o braço esquerdo com a mão aberta, fazendo sua luva energética disparar um projétil de energia primordial.

O encapuzado, vendo a movimentação do meio elfo, ergueu o braço esquerdo. Durante o movimento a braçadeira metálica abriu e os pedaços de metal formaram um pequeno escudo grande o suficiente para bloquear o ataque arcano. Com o impacto, a energia foi distribuída pelo escudo, que mostrou uma fina camada energética em sua superfície externa.

Retomando o passo, o recém chegado manipulou pedaços metálicos da armadura que vestia por baixo da roupa contra frio. Os fragmentos voaram pelo ar até serem fixados na ponta do bastão que ele carregava, formando uma maça de combate.

O golpe veio pela lateral, rápido e preciso. Zarik quase não foi capaz de erguer a mão à tempo e, na falta de uma proteção ou de tempo para formar uma barreira, canalizou outro disparo à queima roupa contra a maça. O impacto empurrou a arma de volta enquanto afastou os dois combatentes por alguns centímetros um do outro.

O meio elfo atirou novamente contra seu oponente. Assim como antes, o feixe arcano foi bloqueado por pouco pelo escudo metálico formado pelo encapuzado, dando apenas alguns passos para trás devido o impacto.

Sem dar tempo de alguma reação, Zarik abriu bem as duas mãos, concentrando uma esfera de energia na ponta de cada dedo e esticou os dois braços contra seu inimigo, disparando os dez pequenos projéteis com grande velocidade.

Novamente o misterioso encapuzado ergueu o escudo metálico, movendo mais pedaços de metal para reforçar sua proteção. No último instante, porém, Zarik moveu levemente os dedos, fazendo os projéteis irem para os lados antes de avançarem de novo contra o rosto de seu alvo.

Um grande clarão aconteceu e o oponente do meio elfo caiu de costas alguns poucos metros para trás de onde foi atingido. O capuz, um pouco queimado, foi jogado para trás e revelou que se tratava de um meio orc.

Protegido por uma camada de proteção arcana, o inimigo de Zarik não se machucou tanto quanto seu orgulho.

— Muito bem, vamos parar de brincar… — Ele disse, levantando-se e dando um meio sorriso, mostrando suas presas.

O meio orc moveu a maça como se atacasse o ar, fazendo os pedaços de metal que compunham a ponta da arma serem arremessados para frente como pequenos projéteis em alta velocidade.

Zarik aproximou as duas mãos, expandindo a energia de suas luvas arcanas em uma barreira, bloqueando os estilhaços de metal, deixando-os parados no ar como que presos em um líquido viscoso. Porém, mesmo bloqueados, os pedaços metálicos continuavam forçando a barreira energética do meio elfo.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Zarik sentiu quando duas esferas de energia esverdeada atingiram sua proteção em cheio, estilhaçando sua energia e o jogando alguns metros para trás, de costas no chão gelado.

Ainda zonzo, Zarik viu quando o meio orc avançou contra ele usando a clava já refeita com mais pedaços de metal. Sem muitas opções, esperou o golpe e procurou bloquear com um dos pés.

A maça acertou o pé esquerdo do meio elfo, que usou o encantamento siglístico que havia feito em sua bota. Girando um pouco o pé e empurrando a arma do meio orc um pouco para o lado e para trás, Zarik direcionou o impacto de volta para a ponta da clava, que estilhaçou e quebrou o cabo dela.

Ele sentiu o metal da bota rachar, pela quantidade de energia que a percorreu na ativação do siglo. Aproveitando a distração causada pela sua defesa, pegou um dos cristais do monoflutuador de dentro da bolsa de cintura.

Sem perder mais tempo, canalizou sua energia pelo cristal e o apontou contra o meio orc, disparando uma bola de energia púrpura quase do tamanho de sua cabeça.

Defendendo por muito pouco, o meio orc foi lançado alguns metros para trás, caindo de costas na encosta da cratera.

Levantando rapidamente, ele reuniu as duas mãos perto do pescoço. Agora sem o capuz, era possível ver um colar pequeno com um pingente que começou a brilhar intensamente.

A energia esverdeada ficou mais densa no meio das mãos do meio orc, que esticou a mão direita, lançando um grande feixe contínuo de energia esmeraldina.

Mais por instinto que outra coisa, Zarik trocou o cristal para a mão esquerda e rapidamente colocou-o à sua frente, concentrando a energia para formar uma forte barreira levemente púrpura.

A quantidade de energia era tanta que ao redor de ambos e, abaixo do raio mantido pelo meio orc, a neve derretia.

Zarik sentia os pêlos de seu corpo arrepiarem, bem como o calafrio do uso intenso de energia, e da sensação do contato com energias nocivas. Sua proteção contra o frio fraquejava, pela interferência de energias ao redor, e pela sua concentração e vontade que eram direcionados à barreira na sua frente.

Ficando sem recursos, Zarik pegou o outro cristal púrpura e começou a concentrar energia nele. Logo faíscas começaram a sair de fissuras que se formaram pela sobrecarga do cristal que já estava no máximo de sua capacidade.

O meio elfo sorriu, sentindo os pelos de sua mão direita eriçarem.

Ele sentia que o cristal, usado para formar a barreira, estava quase sem energia quando o meio orc esticou a outra mão, aumentando a intensidade do feixe energético que atacava a proteção púrpura.

Zarik sabia que sem aqueles cristais, não tinha como o monoflutuador ter energia suficiente para voar sem energia solar. Cansado da batalha, dificilmente ele conseguiria evitar a morte por congelamento naquela noite.

Ele decidiu, então, fazer sua morte valer algo e pelo menos salvar a vida, ou atrasar a morte, do misterioso homem que estava no fundo da cratera.

— Tente ficar vivo… — Disse olhando de canto de olho para o homem caído. Deu um meio sorriso amargo enquanto colocou ainda mais de sua energia no cristal que queria sobrecarregar.

Só nesse momento que Zarik sentiu como sua camisa estava encharcada de suor, colada ao próprio tórax.

Quando o cristal começou a crepitar, o meio elfo simplesmente jogou-o por cima da barreira que sustentava com o braço esquerdo esticado.

O cristal sobrecarregado e fissurado agora era algo instável, que explodiria em instantes com grande potência.

O meio orc cessou o raio de energia verde, abrindo a parte da frente do casaco. Foi possível ver uma armadura com várias placas de metal, assim como diversos fragmentos metálicos presos na parte interna da túnica.

Os pedaços de metal foram controlados pelo meio orc, a fim de envolver o cristal de explosão iminente.

Zarik sabia que aquilo não conteria a potente explosão do cristal sobrecarregado, então saltou na direção do homem caído na cratera.

Em poucos segundos, o cristal explodiu liberando uma grande quantidade de energia.

O meio elfo segurou o outro cristal púrpura com as duas mãos e concentrou sua energia para formar uma barreira à sua frente, protegendo a ele e ao homem caído.

A onda de impacto mandou os pedaços de metal para todos os lados. Seguindo os estilhaços, uma bolha energética cresceu rapidamente. Enquanto ela expandia, a pessoa no meio da cratera olhou para o lado, vendo a forte explosão e carga de energia, e o meio elfo parado mantendo a barreira na tentativa de proteger ambos.

Jii... Klat... Zarik

Disse o caído atrás de Zarik. Conforme falava, com sua voz gutural, o homem parecia fazer o próprio espaço tremer ao redor dele. O meio elfo sentiu um grande arrepio. O clarão da explosão tirou sua visão do meio orc do outro lado. Porém esse era o menor dos problemas dele, que não sabia se sua barreira suportaria tamanha energia liberada pela explosão do cristal de carga.

Tudo acontecia tão rápido que parecia em câmera lenta para Zarik. A descarga energética atingiu sua barreira, que fraquejou e em instantes começou a rachar. O peso redirecionado para seu corpo fez com que caísse de joelhos.

O espaço ao redor do meio elfo, porém, ainda parecia reverberar ecoando com as palavras do homem atrás dele. O formigamento em seu corpo aumentou cada vez mais. O último pensamento foi de ter feito o máximo que podia, e como Vander ficaria enfurecido por perder um monoflutuador.

Zarik sorriu e deixou sua consciência escorregar por suas mãos, mas não sentiu o impacto de cair no chão.

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